quinta-feira, 30 de abril de 2015

LUTA POR DIREITOS E REPRESSÃO NO PARANÁ

Foto: Orlando Kissner/ Fotos Públicas
Professoras e professores do Paraná estão em greve pela segunda vez neste ano. A greve, que teve início nesta segunda-feira dia 27, lança a campanha salarial da categoria e se opõe fortemente ao projeto de lei do governo estadual que altera ou desfinancia o fundo estadual da previdência dos servidores públicos aposentados e pensionistas com mais de 73 anos de idade.
O estado do Paraná vem há muito passando por dificuldades de gestão e tem aproveitado o momento para o desmonte da educação pública superior e o endurecimento nas negociações com os profissionais da educação básica. A situação é crítica e a resposta truculenta do estado não deixa dúvidas de que lado está o governador do Estado, Beto Richa.  
Professoras e professores estavam ontem em frente à Assembléia Legislativa do Paraná (Alep) para acompanhar a votação do projeto de lei, que após a violenta repressão que impediu qualquer manifestação contraria, foi aprovado e agora segue para sanção do governador.
A barbárie deixou mais de 200 feridos e alguns em estado grave. Havia no local mais de 4 mil agentes armados  com balas de borracha, bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta, cassetete, jatos de água e até mesmo cachorros que foram lançados contra manifestantes e jornalistas.

Qualquer semelhança com a época da ditadura militar não é mera coincidência! A repressão às manifestações populares e o uso desproporcional da força policial são características que remontam à época ditatorial e enfraquecem o exercício pleno da cidadania no Estado democrático de direitos. 
Há até mesmo notícias de que policiais foram presos porque se recusaram a participar da repressão contra professoras e professores.
Historicamente, movimentos que lutam por melhores condições, sejam salariais, de moradia, entre outros, são rechaçados e o Estado mostra toda sua força repressiva. O país que com uma mão acalanta a educação como eterna força matriz do progresso, com a outra desce o cacete e spray de pimenta nos olhos daqueles que tem a árdua tarefa de implementar o plano da Pátria Educadora.

A educação e seus profissionais precisam ser valorizados e essa valorização passa por questões bastante objetivas como salários e carreira das e dos profissionais do magistério. Marcar a objetividade da luta é uma forma de resistir ao mero discurso e colocar a política pública educacional de fato a favor de uma sociedade mais justa e solidária para todos. O momento histórico é difícil, o que faz o enfrentamento ainda mais necessário.

Reiteramos, portanto, o nosso total repúdio à violência praticada ontem contra os professores no estado do Paraná e afirmamos o nosso apoio à luta que eles vêm travando, uma luta que, ao fim e ao cabo, se soma aos esforços para tornar a educação uma prioridade efetiva. Os professores estão habilitados a contribuir, como protagonistas, para a construção de uma pátria educadora e, por isso, precisam ser ouvidos.

Solidariedade aos/às profissionais da educação de Curitiba, palco de uma barbárie, e a todos/as os/as professores/as no Pará, São Paulo, Pernambuco, Betim, Novo Hamburgo e em tantas outras partes do Brasil que estão em greve neste ano. Que para além da violência estatal (dirigida aos mais diferentes setores da sociedade brasileira), 2015 seja lembrado e marcado pela luta e pela resistência!

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