![]() |
Foto: Orlando Kissner/ Fotos Públicas |
Professoras e professores do Paraná
estão em greve pela segunda vez neste ano. A greve, que teve início nesta
segunda-feira dia 27, lança a campanha salarial da categoria e se opõe
fortemente ao projeto de lei do governo estadual que altera ou desfinancia o
fundo estadual da previdência dos servidores públicos aposentados e
pensionistas com mais de 73 anos de idade.
O estado do Paraná vem há muito
passando por dificuldades de gestão e tem aproveitado o momento para o desmonte
da educação pública superior e o endurecimento nas negociações com os
profissionais da educação básica. A situação é crítica e a resposta truculenta
do estado não deixa dúvidas de que lado está o governador do Estado, Beto
Richa.
Professoras e professores estavam
ontem em frente à Assembléia Legislativa do Paraná (Alep) para acompanhar a
votação do projeto de lei, que após a violenta repressão que impediu qualquer
manifestação contraria, foi aprovado e agora segue para sanção do governador.
A barbárie deixou mais de 200
feridos e alguns em estado grave. Havia no local mais de 4 mil agentes armados com balas de borracha, bombas de gás
lacrimogênio, spray de pimenta, cassetete, jatos de água e até mesmo cachorros
que foram lançados contra manifestantes e jornalistas.
Qualquer semelhança com a época da ditadura militar não é mera coincidência! A repressão às manifestações populares e o uso desproporcional da força policial são características que remontam à época ditatorial e enfraquecem o exercício pleno da cidadania no Estado democrático de direitos.
Qualquer semelhança com a época da ditadura militar não é mera coincidência! A repressão às manifestações populares e o uso desproporcional da força policial são características que remontam à época ditatorial e enfraquecem o exercício pleno da cidadania no Estado democrático de direitos.
Há até mesmo notícias de que
policiais foram presos porque se recusaram a participar da repressão contra
professoras e professores.
Historicamente, movimentos que lutam por melhores
condições, sejam salariais, de moradia, entre outros, são rechaçados e o Estado
mostra toda sua força repressiva. O país que com uma mão acalanta a educação
como eterna força matriz do progresso, com a outra desce o cacete e spray de
pimenta nos olhos daqueles que tem a árdua tarefa de implementar o plano da Pátria
Educadora.
A educação e seus profissionais precisam ser valorizados
e essa valorização passa por questões bastante objetivas como salários e
carreira das e dos profissionais do magistério. Marcar a objetividade da luta é
uma forma de resistir ao mero discurso e colocar a política pública educacional
de fato a favor de uma sociedade mais justa e solidária para todos. O momento
histórico é difícil, o que faz o enfrentamento ainda mais necessário.
Reiteramos, portanto, o nosso total repúdio à violência praticada
ontem contra os professores no estado do Paraná e afirmamos o nosso apoio à
luta que eles vêm travando, uma luta que, ao fim e ao cabo, se soma aos
esforços para tornar a educação uma prioridade efetiva. Os professores estão
habilitados a contribuir, como protagonistas, para a construção de uma pátria
educadora e, por isso, precisam ser ouvidos.
Solidariedade aos/às profissionais da educação de Curitiba,
palco de uma barbárie, e a todos/as os/as professores/as no Pará, São Paulo,
Pernambuco, Betim, Novo Hamburgo e em tantas outras partes do Brasil que estão
em greve neste ano. Que para além da violência estatal (dirigida aos mais
diferentes setores da sociedade brasileira), 2015 seja lembrado e marcado pela
luta e pela resistência!
Nenhum comentário:
Postar um comentário